sábado, 19 de dezembro de 2009

A natureza divina de Avatar


Assisti neste sábado Avatar, como você deve ter lido em algum lugar, o novo filme de James Cameron, o homem por trás de obras-primas como Exterminador do Futuro - I e II - e Titanic. Para você que não assistiu Avatar ainda, um aviso: não há spoilers, mas o texto pode soar altamente brega caso não tenha sido contagiado pela ótima mensagem do filme.

Antes de adiantar minhas impressões sobre o longa, é preciso compartilhar um pouco das ideias que tenho acerca da relação homem-natureza. Neste sábado mesmo conversava com minha esposa (você sabe como é vida de recém-casado, um "eu te amo" cá, outro acolá...) quando me questionei sobre algo: quantas vezes Deus diz que me ama? A cada minuto, repondi a mim mesmo.

O complemento da resposta vai além do previsível "ah, ele me ama por me manter vivo, respirando, blá, blá, blá". Deus me mostra seu amor quando voltando para casa contemplo uma bela arrevoada de gaivotas, quando vejo o pôr-do-sol por trás das montanhas, um pássaro que canta... toda a natureza reflete a Glória de Deus. Há algo de divino nesta ligação que foi rompida no Éden.

Ou vocês se esquecem que Deus criou o Homem para que pudesse compartilhar da beleza de Sua criação? Por este motivo soltamos um sorriso espontâneo ao sermos surpreendidos com a grandiosidade da natureza, seus detalhes minuciosos e sua simplicidade-complexa, como diria meu primo (@sauloporto). Tudo simplesmente funciona, sem ordem aparente. O equilíbrio existe. E nós insistimos em quebrá-lo.

E é neste ponto que Avatar é tão comovente - e mais convincente que outras obras como 2012 e Uma Verdade Inconveniente. O filme vai no vínculo inicial do ser humano: a relação divina que há entre nós e a natureza. É inevitável não se comover com a luta dos Na'vi (alienígenas) em defesa de seu planeta natal Pandora. James Cameron passa seu recado sem apelar para o discurso moralista. E emociona.

Esqueça o 3D e os efeitos. O melhor de Avatar está em sua essência humanista, na beleza da Criação. Ao rolar dos créditos finais, o que realmente importará é a sensação de que podemos voltar a enxergar o amor de Deus em cada sopro de vento, dando valor e preservando tudo o que por Ele foi criado. Como cantou Leonardo Gonçalves em "O Amor de Deus", faixa do seu primeiro disco: "É fácil notar que as obras de Deus / estão todas repletas de amor".