sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O mundo cinzento de Colour Revolt

Uma locomotiva aquecida a distorções. Em uma metáfora meia-boca, assim tento definir toda a agressividade do som do Colour Revolt. Criado no Mississipi, terra do Blues e do Gospel americano, o grupo passa longe da harmonia clássica dos spirituals. Mas nem por isso mexe menos com o coração de quem ouve.


Ora meio descarrilada - grunhindo timbres agudos de guitarra como um trem que sai dos trilhos - outrora suave e doce, a miscelânea extraída do som da banda surpreende. São duas guitarras, teclado, baixo, bateria e muitos, muitos gritos e gemidos de Jesse Coppenbarger, frontman do Colour Revolt.

Cinzentos em extremo, os discos da banda pouco fazem jus ao nome escolhido. Entretanto, em meio a tanta melancolia, as letras injetam um resquício de esperança nos ouvintes.

"Quando você não tem para onde ir / Nós temos amigos aqui / Nós temos uma casa longe de casa /Conseguimos". Versos de "A New Family" (Uma Nova Família).
Em uma demo intitulada Colour Revolt EP (2005) a banda mostrou estar acima do padrão indie do mercado. Com bons timbres, efeitos incomuns de guitarra e teclado, o grupo chamou a atenção de selos de distribuição nos EUA, que logo colocaram o disco no mercado. Fizeram turnê com bandas como Explosion In The Sky e amadureceram.

Três anos depois, bem menos instrospectivo, o primeiro LP foi lançado: Plunder, Beg and Curse (2008). Aqui as guitarras soam mais espertas, bem dividas, ritmadas, bem diferente dos acordes soltos e jogados que caracterizavam o primeiro trabalho do Colour Revolt. Mesmo assim, um disco impecável - que não saiu do meu iPod em 2009.

Como toda boa banda que ainda não foi descoberta pelo grande público - em especial o cristão -, é difícil encontrar material para download na internet. Me valendo da estratégia do The Pirate Bay - que não hospedava, mas linkava para os arquivos disponíveis -, seguem dois links para download:

- Colour Revolt EP (2005)
- Plunder, Beg and Curse (2008)