Cresci contestando e tentando reformular o modelo tradicional de igreja no qual fui criado. Me incomodava ver jovens submetidos a interpretações bíblicas que só beneficiavam dinossauros da igreja, engessados em seus ritos religiosos.
"Não pode isto, não pode aquilo", diziam presbíteros ensinados a obedecer cegamente. "Mas por quê?", sempre me questionava, sem obter uma resposta clara. "A igreja pensa assim", e ponto final. Não havia discussão, ninguém podia duvidar. Qualquer polêmica era rebeldia.
Graças a Deus, à popularização da internet e à entrada dos jovens nas universidades, uma geração ávida por debates formou-se. Aliado a isto, o movimento neo-pentecostal ganhou forças, igrejas se dividiram ao meio e o movimento tradicional começou a repensar suas ações. Ou fechou os olhos para as mudanças.
Hoje em dia, membros de igrejas tradicionais ainda não podem passar batom, mas podem encher o olho de maquiagem; não podem ir ao culto de saia curta, mas podem postar fotos no Orkut usando biquíni; os meninos não podem usar cabelo grande, mas podem observar mulheres na praia. Hipocrisia ou inocência?
Se estes me incomodam, os membros do outro lado me dão medo. Scot McKnight, em seu artigo para o Cristianismo Hoje (leia o texto completo), resumiu bem meu pensamento:
Enfim, este é só um desabafo.
"Não pode isto, não pode aquilo", diziam presbíteros ensinados a obedecer cegamente. "Mas por quê?", sempre me questionava, sem obter uma resposta clara. "A igreja pensa assim", e ponto final. Não havia discussão, ninguém podia duvidar. Qualquer polêmica era rebeldia.
Graças a Deus, à popularização da internet e à entrada dos jovens nas universidades, uma geração ávida por debates formou-se. Aliado a isto, o movimento neo-pentecostal ganhou forças, igrejas se dividiram ao meio e o movimento tradicional começou a repensar suas ações. Ou fechou os olhos para as mudanças.
Hoje em dia, membros de igrejas tradicionais ainda não podem passar batom, mas podem encher o olho de maquiagem; não podem ir ao culto de saia curta, mas podem postar fotos no Orkut usando biquíni; os meninos não podem usar cabelo grande, mas podem observar mulheres na praia. Hipocrisia ou inocência?
Se estes me incomodam, os membros do outro lado me dão medo. Scot McKnight, em seu artigo para o Cristianismo Hoje (leia o texto completo), resumiu bem meu pensamento:
"A origem da fé irônica entre evangélicos pode ser encontrada em pelo menos oito catalisadores. Esses catalisadores levaram os evangélicos descontentes de uma fé irônica dentro do evangelicalismo para uma bifurcação na estrada: ou abandonar o evangelicalismo tradicional por uma forma emergente de cristianismo pós-moderno ou abandonar o cristianismo de vez"Este último risco se torna cada vez mais iminente. Boa parte dos jovens que optaram por este caminho beiram o ateísmo. Temo que a antipatia pelo modelo atual de igreja - que deve mesmo ser substituído por outro mais humano em alguns anos - os leve não só para longe da religiosidade, como também para longe da crença no Deus da Bíblia.
Enfim, este é só um desabafo.