terça-feira, 17 de março de 2009

Novo disco do U2 divide opiniões

Há algo incontestável em No Line On The Horizon: o disco realmente soa novo. Ao contrário de outras bandas há muito tempo na estrada, o U2 conseguiu se reinventar.

Banda apresenta a canção Magnificent no David Letterman

Como nos polêmicos Achtung Baby (1991) e Zooropa (1993), que trouxeram novos elementos ao já conhecido trio de baixo, bateria e guitarra - sempre multiplicada nas mãos de The Edge - o álbum traz até pitadas de música oriental nas canções, cada vez mais instrospectivas.

A audição do novo álbum pode até soar estranha em um primeiro momento. Os timbres estão mais sujos, com distorções e, principalmente, ruídos eletrônicos ao fundo, deixando de lado a alegria característica de composições como Beautiful Day e Vertigo. A melancolia incomoda, mas na terceira ou quarta vez que as faixas são executadas, os ouvidos parecem descobrir tudo o que há por trás do clima quase esotérico do disco.

O single Get On Your Boots foi uma escolha infeliz da banda para promover o novo álbum. Ao lado de Stand Up Comedy - com riff que lembra muito O Calibre, do Paralamas - a canção é uma das poucas que soa semelhante aos álbuns anteriores All That You Can't Leave Behind e How to Dismantle an Atomic Bomb.

Quanto ao caráter cristão do disco, a polêmica está lançada. O que vale mais? Uma letra cristã ou um artista que assume publicamente ser cristão? Os dois? Pois então, Bono Vox já fez ambos. Em Magnificent (veja a letra aqui), ele entoa versos dignos de qualquer disco worship do mercado.

Só o amor / só o amor pode deixar tal marca / Mas só o amor / só o amor une os nossos corações / Justificado até que morremos / você e eu glorificaremos / o Magnífico

No Line On The Horizon vale pelos detalhes. Detalhes estes que merecem ser observados e digeridos lentamente. Mediano ou genial? Só mesmo o tempo dirá.

Update:
Zeca Camargo fez uma excelente crítica-fã do novo do U2.
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