Vivi uma destas situações na última quarta-feira (21), quando apresentei minha monografia e recebi um 10. A grande dúvida foi quase imediata: o que ouvir pra extravasar toda a alegria explosiva que saltava do rosto?
Como todo blogueiro viciado, me lembrei de um velho meme publicado pelo grande Ivo NeUman, do Treta, do qual prometi fazer parte. E como
#5 - The Six Wives of Henry VIII
Não. O disco não foi lançado pelo pai do Anglicanismo, mas bem poderia. O trabalho é de autoria do excelentíssimo tecladista Rick Wakeman, na verdade, o maior influenciador pelo meu gosto por aquele instrumento de teclas pretas e brancas.
Numa pesquisa primorosa, Wakeman estabeleceu uma personalidade para cada uma das esposas de Henrique VIII em forma de música. O mais genial dos trabalhos solo de tecladistas, em plena década de 70. Sintetizadores meio-madeira meio-circuitos-elétricos, ruídos estranhíssimos e muita virtuose.
4# - Bloco do Eu Sozinho
O cd favorito dos indies-moderninhos, mas nem por isto deixa de ser bom realmente. É excelente ouvir os amigos-barbudos fazendo todo o possível para se desprender do rótulo de banda pop. E conseguiram.
Samba, rock, música francesa e derivados, tudo imerso em lindas poesias clássicas e modernas. O conceito do que viria a ser o Los Hermanos sendo moldado bem na nossa frente. Uma das grandes revoluções do rock nacional.
3# - Inédito
Sempre fui fã do jazzista de poucos acordes. Sentado ao piano, acompanhado de cantoras e um baterista bem brasileiros, Tom Jobim é imbatível. Não há violão que se compare a sua bossa-nova. Mas a repetição é inevitável.
É normal ouvir um disco inteiro e ter uma leve sensação de déjà vu, mas Inédito quebra esta imagem. As idéias brotam com total fervor da cabeça do maior compositor brasileiro do século XX.
"Garota de Ipanema" é quase irreconhecível com suas nuances ao Cello. "Wave" está impecável no solo de piano, tanto que foi tocada à exaustão quando fez parte da trilha sonora de Páginas da Vida. Um disco indispensável para quem deseja conhecer o lado mais criativo de Jobim.
2# - God's Property
O início de minha paixão pela música negra americana. Com o disco de Kirk Franklin eu conheci a força que um coral pode ter. A obra não perde em quase nada para meu outro disco favorito de black americano, "Off The Wall", de Michael Jackson.
Algumas melodias chegam a ser incompreensíveis em um primeiro momento, tamanha a complexidade do disco. A fusão de Jazz, Gospel e Funk é gritante, mas doce aos ouvidos. Dançante e comovente. Um disco capaz de te arrancar lágrimas e sorrisos.
1# - As Segundas Intenções do Manual Prático
Talvez um dos discos mais injustiçados da música brasileira. Graças à saturação do hit "Colombina", pouco se ouviu desta obra prima do Ministro Ed Motta. Uma pena. Nesta produção, violinos, metais, sintetizadores, guitarras e outros detalhes mínimos podem ser descobertos. O disco virou vinil na Inglaterra e Japão, tamanha qualidade. A última faixa é uma opereta!
É até difícil conter a empolgação e não gastar alguns "!" pra falar deste trabalho. Ele é de longe o grande reponsável por minha paixão pelo samba-soul. Aqui estão contidas as canções mais belas e "pegadas" de Ed, os contratempos, riffs e solos mais cativantes.
Um trabalho que está no limite ideal entre o virtuosismo excessivo e a simplicidade. Um meio termo impecável. Uma aula de black music, samba, jazz, música eletrônica e instrumental, mas acima de tudo, uma aula de música.
Como todo meme, repasso o desafio de falar sobre os cinco discos nota 10 para meu quase-xará Rafix, Aleh e