sábado, 15 de setembro de 2007

Analisando: Du Black

Du Black
Em tempos de batidas eletrônicas, músicas homogêneas, Hip Hop's cansativos, mulheres gostosas rebolando ao som de qualquer coisa e homens malhados exibindo mulheres gostosas enquanto fogem da polícia, ouvir boas novidades de Black Music tem sido tarefa difícil.

Para fugir da mesmice e dançar ao som de boas canções, nada melhor que conhecer um pouco mais a Du Black, banda capixaba de primeiríssima qualidade. Samba, soul, funk, jazz, pop 70'... inúmeros rótulos tentam definir o som do grupo, mas nenhum cai tão bem quanto "música brasileira". Esta é a essência que anima os quatro garotos de Guaçuí.

Na verdade, Lucas Arruda e seu irmão Thiago Arruda, acompanhados dos amigos Artur Avelar e Jefferson Lourenço, não são tão garotos assim. A maturidade das composições de Soulshine, cd em fase final de produção, mostra a quê eles vieram.

Influenciados pelo som de muita gente, de Steely Dan a Ed Motta, a Du Black mistura toda a riqueza da black music perdida nos antigos LPs às nuances e brasilidades de nosso samba. O resultado é retrô, dançante e gostoso de ouvir, com cara de Rio de Janeiro.

Embalados pelo som do Fender Rhodes Mark II — tá bom, comentário desnecessário, mas sou fã do timbre deste instrumento — é impossível não nos sentirmos com um tremendo Black Power, suando e dançando ao som de Robson Jorge, Banda Black Rio, Azymuth e João Donato.

Em meio à parafernalha tecnológica, a Du Black se destaca pela pegada diferenciada. Os jovens foram muito exaltados e tiveram a honra de conhecer pessoalmente Ed Motta. Acho que isto encerra a sessão de elogios, certo?

Corra, ouça A vida é pra nós dois no Myspace da banda e comece a ensaiar novos passinhos. Há um raio de sol no fim do túnel. Ou melhor, um raio de Soul!

Grupo interpretando "Que Maravilha", de Jorge Benjor