sábado, 8 de janeiro de 2011

alforria - um pouco de nossa história (recente)

Como já devem ter percebido, tenho escrito pouco neste espaço. Não que eu tenha pouco a falar, mas optei por expressar todas as dúvidas, angústias, certezas e alegrias por meio do @alforria, projeto musical iniciado em 2010 ao lado dos meus primos e que tem caminhado a passos lentos - porém firmes - neste período.

Dia desses escrevi um breve histórico da banda para o site da Goma. Eu achei que ficou pessoal demais, mas quem nos conhece disse que o texto expressa bem todo o contexto familiar no qual a banda foi criada e acabamos por nos tornar músicos. Segue o relato publicado primeiramente no site da Goma.
Dilter, Rafael, Saulo, Théo e Wander Porto são o alforria desde sempre. Primos de primeiro grau, foram criados no mesmo bairro do município de Linhares, no interior do Espírito Santo. Durante a infância e adolescência nos anos 80 e 90, o grupo de primos cresceu descobrindo a vida com o mesmo prazer que descobria melodias. Faziam parte de um grande coletivo musical familiar, no qual foram iniciados antes mesmo que pudessem soletrar o que cantavam.

Primeiro vieram os clássicos da MPB, entoados em coro durante extensas horas de churrasco nas constantes reuniões de família – oito filhos, 17 netos e muitos aniversários para comemorar ao longo do ano. Tom Jobim, João Gilberto, Geraldo Azevedo, Demônios da Garoa foram os primeiros acordes dos cinco primos Porto, que se encantavam com as dissonâncias do samba e a minúcia do chorinho.

Mas cabia aos empoeirados vinis de rock nas estantes a revolução que mudaria a cabeça de cada um. Pouco a pouco, dominaram a rebeldia desses adolescentes os versos do Engenheiros do Havaí, as guitarras abrasileiradas de Herbert Viana, a inquietude do Titãs, entre muitos hits radiofônicos nacionais e internacionais. Alegria ou melancolia, romantismo ou ceticismo, a individualidade dos primos os dispersou por caminhos distintos.

Já no final da primeira década dos anos 2000 os downloads ilegais obtidos madrugadas afora e a necessidade de um curso superior trouxeram os cinco primos para a Região Metropolitana do Estado, onde pela primeira vez se descobriram como uma banda de verdade. Incursões pela black music, pelo jazz e pelo fusion serviram de ensaio e lapidação para o projeto maior que surgiria em 2010: o alforria.

Antes disso, Rafael tentava expressar no folk os conflitos sempre em debate pelo grupo; Dilter, Théo e Saulo despejavam no death metal sua pulsão e criatividade; enquanto Wander estudava com os ouvidos toda a história do jazz. Bastaram alguns ensaios – e algumas madrugadas insones do Rafael – para que as canções começassem a surgir. Em pouco tempo, o alforria tinha forma, membros e um repertório em expansão.

Faltava apenas entrar em estúdio, feito que o grupo conseguiu ainda em seu ano de fundação. O EP “Lado A”, lançado em meados de 2010, conta com duas faixas: “Aquele Moço” e “Ponteiros”. As canções falam da fé dos integrantes, de vivências próprias e de dúvidas comuns a qualquer ser humano disposto a encarar as alegrias e frustrações que a vida tem a oferecer.
Em tempo: para baixar o primeiro EP da banda, "Lado A", basta acessar este link - estamos em quase 300 downloads. Também gravei alguns vídeos com músicas inéditas, coisa amadora, no melhor estilo voz e violão e publiquei no Youtube. Se quiser assistí-los, estão aqui embaixo ó:


Se Foi


Locomotiva


Quinta Pergunta