segunda-feira, 4 de maio de 2009

O que vale mais?

Ondas sonoras têm grande poder sobre a humanidade. Aos timbres graves é dado o domínio sobre o corpo e, às belas harmonias, o toque da alma. Não por acaso, batalhas épicas estão sempre relacionadas a tambores e trompas nos filmes hollywoodianos. Nos fins de culto, cabe ao pianista produzir a trilha sonora ideal para o 'apelo'. Tecnicamente iguais.

Na essência, o que torna um compositor cristão melhor que os compositores seculares? A unção - todos responderiam. Certo. Mas ela não existe sozinha, no silêncio. A unção está em um meio sonoro, seja em um 'glória a Deus', em uma oração ou uma canção. Davi expelia demônios de Saul quando tocava sua harpa - verdade que isto só aconteceu após ter sido ungido por Samuel - mas a Bíblia mesmo relata que o pequenino era um exímio harpista?
"Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me, pois, um homem que toque bem, e trazei-mo. Então respondeu um dos moços, e disse: Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença; o SENHOR é com ele. [...] Então Saul mandou dizer a Jessé: Deixa estar a Davi perante mim, pois achou graça em meus olhos. E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele" (Primeiro Livro de Samuel, capítulo 16, versículos 17, 18, 22 e 23)
O Homem - com 'H' maiúsculo mesmo, sinônimo de humanidade - é formado por corpo, alma e espírito; e estas três partes não funcionam independentemente. Toda pessoa, quando vê o pôr-do-sol, sente um vazio dentro de si. Por quê? Neste horário, como relata a Bíblia, Deus descia ao Éden e conversava com o homem. Sendo assim, todo homem é um pouco espiritual - até mesmo o ateu.

Nestas horas eu percebo o quanto Deus está presente na música, seja ela qual for. Claro que há exceções e nem toda composição secular é 'religiosa' - o ato de compor pode ser inspirado na técnica ou na lógica matemática de qual nota vai combinar com o quê. É impossível negar, porém, que grandes compositores, em algum momento da vida, sentiram falta de Deus e se aproximaram dEle em suas composições.

Jeff Buckley, um dos cantores mais depressivos do mundo, fez a linda Hallelujah, gravada por artistas evangélicos como Kevin Max, ex-dc Talk. Tom Jobim, boêmio, ao lado de Elis Regina, drogada, gravaram Águas de Março. A canção fala de obstáculos da vida mas, ao fim, cita as águas de março como purificadoras, fechando o verão e trazendo 'promessa de vida ao teu coração'. Bem 'Diante do Trono', não acham?

Os Beatles, que dispensam qualquer adjetivo, gravaram a canção romântica mais bela de todos os tempos. Hey Jude fala de amor, de como não devemos carregar o mundo nas costas, de como a música entra em nossos corações e nos torna melhores; Hey Jude fala de vida. E o que Cristo ensinou senão paz, amor entre irmãos e Deus - aqui representado pela música - no coração?

A vida é para ser compartilhada.

Obrigado, Brainstorm #9, pelo vídeo (saiba mais no blog).