Abro o texto de hoje com uma citação de André Graciotti, um dos editores do site de críticas cinematográficas e musicais Outernative:
Tamanha miscigenação, penso eu, geraria artistas dedicados ao novo, empenhados em mesclar toda a diversidade que ouvem - ou deveriam ouvir -, fugindo dos rótulos, inquietos e criativos. Infelizmente, não é isto que vemos no meio cristão e no secular.
Em particular, artistas evangélicos se apoiam no rótulo de adoração/worship. Nas igrejas, o que vemos e ouvimos é uma reprodução barata de Hillsong e tantos outros. No fundo, resquícios de um movimento punk rock, baseado em três ou quatro notas, mal disseminado.
Não se trata de ser sempre benevolente com o que se ouve, muito menos de gostar de tudo, até porque a postura de um suposto ecleticismo – sempre mentiroso, claro - mata qualquer debate (o interesse por qualquer estilo é importante, mas opinião e argumento sobre eles, mais ainda), mas esquecer as proclamadas unanimidades e aprender a usar a internet para crescer o subjetivo, formular argumentos próprios, surpreender-se consigo mesmo, reavaliar impressões e renovar conceitos, fazendo disso um processo constante (leia mais aqui).A crescente utilização do mp3 e a popularização do download ilegal e da internet em banda larga - que finalmente nos permite ouvir música online - trouxeram a possibilidade de conhecer novos mundos, novos estilos musicais e - por que não? - re-encontrar velhos sucessos.
Tamanha miscigenação, penso eu, geraria artistas dedicados ao novo, empenhados em mesclar toda a diversidade que ouvem - ou deveriam ouvir -, fugindo dos rótulos, inquietos e criativos. Infelizmente, não é isto que vemos no meio cristão e no secular.
Em particular, artistas evangélicos se apoiam no rótulo de adoração/worship. Nas igrejas, o que vemos e ouvimos é uma reprodução barata de Hillsong e tantos outros. No fundo, resquícios de um movimento punk rock, baseado em três ou quatro notas, mal disseminado.
Engraçado, mas tragicamente verdadeiro
Se faz música pensando no sucesso. As gravadoras, por sua vez, arriscam pouco; preferem o rótulo à criatividade - e até entendo o porquê. Nem venha me falar de unção, esta é imprescindível e ponto fundamental.
Compositores não pensam exclusivamente na unção na hora de compor - em primeiro lugar, eles devem vivê-la - e na hora de escolher notas, melodias, optam pelo que é mais fácil, mais aceitável pela massa. E a massa, vocês sabem, se guia pelo consenso geral, pelas rádios burras.
Não quero trazer solução a nenhum destes problemas - e nem tenho a pretensão - mas espero induzi-los à reflexão quando os discuto. Assim como eu, produtores, músicos e donos de gravadora buscam respostas por meio do diálogo.
No vídeo abaixo, Pena Schmidt, Juliano Polimeno, André Bourgeois, Mauricio Tagliari, Ronaldo Evangelista e Carlos Eduardo Miranda discutem o tema no estúdio da yb music:
Compositores não pensam exclusivamente na unção na hora de compor - em primeiro lugar, eles devem vivê-la - e na hora de escolher notas, melodias, optam pelo que é mais fácil, mais aceitável pela massa. E a massa, vocês sabem, se guia pelo consenso geral, pelas rádios burras.
Não quero trazer solução a nenhum destes problemas - e nem tenho a pretensão - mas espero induzi-los à reflexão quando os discuto. Assim como eu, produtores, músicos e donos de gravadora buscam respostas por meio do diálogo.
No vídeo abaixo, Pena Schmidt, Juliano Polimeno, André Bourgeois, Mauricio Tagliari, Ronaldo Evangelista e Carlos Eduardo Miranda discutem o tema no estúdio da yb music:
Think Tank, parte 2 - "Se tirar o logotipo você já não sabe mais quem é o artista" from yb music on Vimeo.